Reconhecer e valorizar aqueles que nos desafiam a crescer é um exercício de maturidade e autopercepção. As críticas construtivas, por mais que nos soem como um espelho opaco e incomodativo, são frequentemente um ato de amor, respeito e carinho disfarçados, elas emanam da coragem de quem enxerga em nós um potencial maior e se recusa a aceitar que nos acomodemos no conforto da mediocridade; essas pessoas, movidas pela gentileza e sinceridade e pelo cuidado, ousam tocar nossas feridas, não para feri-las, mas para expô-las à luz da cura e da transformação pelo nosso próprio despertamento e esforço.
Por outro lado, há aqueles cujo silêncio ou palavras doces escondem uma indiferença, ou até mesmo uma intenção maliciosa. Eles elogiam nossas falhas não por desconhecimento, mas para nos manter presos em um ciclo de autossabotagem, alimentando suas agendas ocultas ou simplesmente observando à distância nossa frágil e volúvel personalidade.
Esta situação ecoa como uma conivência cruel, ressonando no aplauso vazio que repercute nos becos da ruína, propagadas pela difamação, injuria e fofocas.
Se faz urgente a maturidade de compreender que, em muitos casos, o verdadeiro apoio não está em quem nos consola e conforta cegamente, mas em quem nos confronta com a realidade e a verdade. A transformação, muitas vezes, nasce do desconforto, e assim, para crescer, é necessário encarar a dor como parte do processo de aprimoramento pessoal, sendo assim, reconhecer o valor qualitativo de alguém que nos aponta o caminho certo, mesmo que com palavras duras, é um sinal de grandeza de espírito; esses desafios moldam não apenas nosso caráter ético, mas também nossa capacidade de discernir entre o genuíno e ajuizado, e, o ilusório e alienado.
Edson Rosa.
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