terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

 Evolução.





Eis-me que subo ao céu.

No começo é tudo azul.

Ar puro, horizonte rosado.

O sol faz a mim ao lado, carantonha, sorriso faceiro.

Sinto-me amigo, sinto-me bem.

E assim, subo aos poucos.
 

Porém, ainda sinto o cheiro da relva, das matas, da selva o simples perfume, da majestosa e assim poderosa a rosa, que exala com frescor, o aroma do amor.

Há, em momentos de reflexão que volto a me pegar nas coisas da Terra,
e paro a pensar o quanto seria sublime descansar em suas pétalas e lá repousar,
todavia, não posso mais perder tempo, hoje, nutro o amor.

Sinto e vivo este sentimento belo, que,  faz de mim um ser mais feliz.

Volto a olhar no infinito,  que só no seu fim, o amor que sinto eu limito.

Com segurança vejo andorinhas a voar, pássaros pequenos ao meu lado a pairar,
é um contraste magnífico, são pontos de pérolas negras nas neves que chamamos  de nuvens claras e brancas que pairam no ar.

O coração dói de novo.

É saudade, será?!

Olho para baixo e com um espelho gigante, um pouco embaçado pelas espumas, branco como plumas enxergo minha face no mar.

Mas, mesmo assim, a evolução é eterna e o ponto absoluto que ainda há de chegar, aos braços fraternos de Deus, que em essência é o próprio amor.

Lá é meu o lar.

Contudo, tenho que ir, uma força me puxa.

Confundo-me entre as estrelas, tento correr, e  ser mais rápido, fico igual a um cometa.

Força, luz, vida isto é evoluir?!

Porém, ainda assim olho para baixo, minha visão é perfeita,
nem nas pérolas mais bonitas chegam perto do planeta Terra, em sua beleza.

Mas, que dor no peito!

Levo os braços, por que ainda eu guardo a forma humana, que se rarefaz aos poucos me misturando com tudo e desmanchando o nada, e ali fico eterno, com o amor em cristo fraterno., Entretanto, o que muito almejei, o que muito esperei, em ser perfeito, hoje estou aqui e aqui cheguei.

Porém, olho para baixo e algo me puxa...

São aqueles que posso fazer sorrir.

São os que sentem fome.

São os órfãos.

São os perdidos de si.

São os que desconhecem o amor.

São aqueles que só vivem na dor.

Forço e consigo enxergar os seus olhos e na assinatura de Deus, onipotente, onipresente, onisciente, está lá, a prova incontestável dos seres viventes e divinos,
repito, faço questão!

No brilho do seu olhar eu me enxergo, e lá, no reflexo vivente em olhos de seres humanos que chamamos de gente.

Vejo-me a chamar-me.

Venha! Venha! Venha.

Venha servir.

Faça-me de ti, tu mesmo.

Faça-me evoluir.

Faça-me perfeito.

Ramatis.


 

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